A verdade dói.

Sabe quando você escuta algo de alguém que você ama muito e aquilo, entra dentro de você como um tiro no seu peito, destruindo todo o seu coração?

É ontem eu escutei umas palavras da minha mãe, a pessoa que me deu a vida, tudo o que ela me disse é a mais pura verdade, e acreditem, a verdade dói, eu escutava cada palavra que ela me dizia e aquilo me baqueava cada vez mais, eu ouvindo ela não conseguia conter minhas lágrimas que eram muitas, pois ontem eu amanheci chorando, eu havia tido um sonho muito triste com o Nicolas e fiquei o dia todo ontem chorando.

Bom, minha mãe ontem, pedia pra mim parar de chorar, pois o Nicolas não iria querer ver a mãe dele chorando, ela disse que sabe o quanto é difícil passar por isso.

Vou dizer mais ou menos o que ela me disse:

- Lê, você tem que parar de chorar, parar de ter dó de si, o Nicolas ele está em um lugar lindo, ele tá feliz, tá bem, você não pode passar o resto da sua vida assim, você diz que quer outro filho, mais Deus não lhe mandou outro bebê porque você não está preparada, você carrega um filho morto nos braços, enquanto você não enterrar ele você não vai ter estrutura emocional pra criar outra criança, não estou pedindo pra você esquecer ele, pois você não vai, ninguém vai, a gente nunca esquece quem a gente ama, só que você tem que deixar ele descansar, ele te ama.

Ela disse isso e outras coisas que ontem me fizeram chorar bastante, mais eu juro, não estou prepara pra enterrar ele, não estou!

Ele era minha vida, ele era minha razão de viver e depois que ele se foi, tudo acabou, nada é como antes, eu vivo assim com uma máscara em minha face. Sim logo irá fazer 2 anos que tudo aconteceu, muitos dizem - Nossa ainda está sofrendo? SIM EU ESTOU, e que saber? Eu sempre irei sentir a falta dele, sempre irei sentir a ausência dele, tudo o que me lembra ele me machuca, me dói. Só quem perdeu um filho pra saber o que estou sentindo.

Sabe porque minha alma está escura? Porque quem coloria ela, morreu, se foi, está com Deus, e eu nada posso fazer pra mudar essa triste realidade.

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Minha vida é assim

É difícil acordar chorando, olhar pro lado e não encontrar ninguém, apenas você e aquele emaranhado de sentimentos, todos contra você, te destruindo, sacudindo a sua cabeça com força, fazendo você lembrar de tudo o que aconteceu.
Hoje meu dia começou assim, meu marido foi viajar ontem e acabei ficando na casa da minha mãe, mais parece que quando eu to aqui, a dor aumenta, eu acordei sozinha, não tinha ninguém em casa, ai pronto, começa tudo de novo, a dor me consome inteira, não consigo parar de chorar, lá fora o dia está tão lindo, mais pra mim, seria mais lindo se ele tivesse aqui, a falta dele a ausência, tá me matando, tá me destruindo por dentro, não aguento mais.
Em pensar que não iria importar o lugar, eu sempre iria estar com ele, eu iria acordar e ele iria estar do meu lado, dormindo com a mamãe como ele sempre dormia.
Se eu acordasse triste, se a solidão quisesse me pegar, ele iria sorrir pra mim e pra ela, a minha tristeza iria sumir, e a solidão também, porque ele tinha esse poder, essa magia de fazer tudo desaparecer, esse era o Nicolas, não só pra mim mais pra todos em geral, passava por uma dor enorme na carne mais tava sempre sorrindo, e o sorriso dele contagiava a todos, e eu amava, toda vez que eu estava com raiva do pai dele, triste, o chateada, eu conversava com ele, e sabe como ele me respondia? Sorrindo.
Porque pra ele, não importava os problemas dele, ele era feliz, e era isso que ele queria me ensinar, que não importa o tamanho do meu problema não é pra mim me abalar.
Mais eu não consigo, me desculpa eu sou fraca, e tudo o que acontece me abala, me chateia, me deixa com raiva, tudo me atinge, quando estou sozinha ai todo aquele emaranhado de sentimentos me atinge demais. Mais quando eu estou ao redor das pessoas, eu carrego, aquele sorriso falso no rosto, aquela máscara feliz.
Minha vida é assim.
Nicolas, não importa o tempo, eu sempre vou sentir sua falta, sempre, nunca irei te esquecer ou substituir, você sempre será meu único amor sincero, meu raio de luz, minha estrelinha, meu anjo.

Um dia eu voltarei a ser feliz como eu era nessa foto ai, e nesse dia eu estarei do seu lado meu amor.

Te vivo <3

Algumas fotos

Deus o Senhor tem sido tão bom e tão maravilhoso comigo, muito obrigado por tudo Senhor, mais eu não consigo, dói demais olhar as fotos do Nicolas no mural da casa, dói olhar em cima do guarda roupa e ver as roupas dele lá em cima guardadas.
Hoje eu vi uma criança, provavelmente com a idade que era pra ele estar hoje, e com uma chupeta igual a dele, meu Deus que dor, ele não largava daquela chupeta, que saudade do meu anjo.
Deus conforta meu coração.
Sessão de fotos:

Dor da alma

Deus e toda a sua infinita bondade tem me mostrado que é necessário seguir em frente, que é necessário continuar vivendo, mesmo tendo passado pela perda.
Perder um conhecido, um amigo ou até um parente é uma coisa, não estou dizendo que a dor é menor porque não é, cada um sabe o tamanho da sua dor, eu quero dizer, é uma coisa mais suportável, você não está acostumado a ver aquela pessoa todos os dias, você não pegava aquela pessoa no colo para niná-la, você não amamentou ela, não ficou meses esperando por ela, é algo diferente sabe.
Quando se perde um filho, é horrível, a gente quer ir junto com ele todos os dias, diferente de quando morre um outro alguém.
Um pedaço seu se vai, e nada preenche aquele vazio insuportável, o dia pode ter sido o mais maravilhoso de todos no mundo, mais nada vai acalentar aquele coração de uma mãe que perdeu o filho, os dias passam e a saudade aperta, parece que o mundo é pequeno comparado ao tamanho daquela saudade.
Se pudêssemos voltaríamos no tempo para mudar aquele fim triste de nossas vidas, o que eu quis dizer é que, não há dor maior, do que a dor de perder um filho. Há quem diga que gostaria de perder um braço ou uma perna do que passar por essa dor horrível.
Uma ferida externa ou até mesmo interna no nosso corpo se cura, e a dor da alma?
Não há remédio que cure ou que faça parar essa dor, ela sempre vai ta aqui, cada dia pior.
Por: Letícia Santana